terça-feira, 1 de janeiro de 2013



DEUS SEGUNDO SPINOZA


As palavras abaixo são de Baruch Spinoza - nascido em 1632, em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677. Spinoza foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaico-portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.



DEUS SEGUNDO SPINOZA (Deus falando com você)


"Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar
teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum
livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado
ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."


Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu:
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

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Alzir Fraga <alzirfraga@gmail.com>
16:52 (0 minutos atrás)
para ARIZLA (minha irmã)

Que coisa maravilhosa!
Este é exatamente o meu modo de pensar. Não sei se existe ou não uma inteligência atuando na criação do universo, mas se existir, será exatamente como descrito por Spinoza  Sempre me declarei indeciso entre o Ateísmo e o Deísmo. Mas jamais admiti como remotamente possível que o Teísmo represente a verdade, com sua visão antropomórfica de Deus, atribuindo-lhe qualidades e defeitos humanos.

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Em agosto, eu enviei um post no Google+ respondendo a uma dúvida manifestada por um colega:
Alzir Fraga 12/08/2012 (editado)  -  Círculos estendidos
Envio aqui dois comentários ocorridos em outro post. Os termos usados e os pontos de vista expostos são a opinião sincera e sem menosprezo aos que não compartilham as mesmas ideias. Assim como todos podem mostrar a sua crença, acho que posso expor minhas dúvidas.

+Alex Pereira
+Alzir Fraga me sinto um discípulo teu devido a sua experiência de vida e grau de instrução maior que o meu. Por isso eu queria saber a sua opinião sobre esse vídeo:https://plus.google.com/u/0/101019910962651886957/posts/RCqgsGPsNrD
Eu gostaria de saber o nível de veracidade que ele passa. Da minha parte, com tudo que eu sei, eu avalio com cerca de 70% no mínimo.

+Alzir Fraga
+Alex Pereira
Fico honrado pela confiança demonstrada na minha pessoa, pela experiência de vida e grau de instrução. Obrigado.
Infelizmente, acho que não vou poder ajudá-lo nesta questão que envolve interpretação da Bíblia e a comparação de seu conteúdo com outras religiões mais antigas.
Sempre declarei aqui que eu não sei se Deus existe. Pode ser que sim, se o universo deve sua criação a alguma força inimaginável causada por uma inteligência infinita. Pode ser que não, se essa formação do universo não teve uma causa inteligente. No entanto, mesmo que Deus exista e tenha dado causa ao universo, eu não aceito a ideia de que Deus que nos é transmitida por qualquer religião antiga, existente ou que venha a ser formulada no futuro. Digo isso porque a nossa insignificância é tamanha no universo que não teríamos jamais capacidade de entender a natureza de Deus, o propósito que o levou a criar o universo e a finalidade da evolução do ambiente e dos seres vivos até surgir a inteligência e tudo o que porventura nos reserva o futuro.
Como terminei o artigo em meu blog:

"Temos que reconhecer Deus como algo tão inconcebivelmente inteligente, tão imensamente poderoso e tão inacreditavelmente diferente de tudo o que a nossa mente finita pode imaginar que é pura perda de tempo e motivo para antagonismo, massacres e exploração aceitar e tentar difundir ou impor dogmas, as afirmações básicas e inegáveis de qualquer religião, sejam elas o céu, o inferno, o pecado, o diabo, a reencarnação ou qualquer outra.
Cada um deve viver de acordo com seus princípios de honradez, honestidade, caridade, tolerância e tudo mais que lhe tenha sido transmitido através das gerações como valores positivos apenas porque você acha que isso é a maneira certa de se comportar e não porque tem medo de Deus, do castigo, do Karma ou do inferno."

Recuso-me a aceitar qualquer dogma ou axioma imposto como verdadeiro por ter origem divina e inquestionável. Por isso, nunca me interessei em ler ou interpretar a Bíblia ou qualquer outro livro sagrado e procuro pelo raciocínio abstrato tirar algumas conclusões do que pode ou não ser verdadeiro, embora saiba de antemão que jamais chegarei ou chegará a humanidade a uma conclusão científica sobre o assunto. A ciência poderá descobrir como, mas nunca poderá saber se existe um porquê.

Não aceito que Deus seja um ser antropomórfico com qualidades e defeitos humanos, com a ira de Jeová ou o amor do Deus cristão. Não aceito sentimentos, impassividade ante sofrimentos de inocentes para pôr à prova a fé das criaturas ou a apreciação de orações, procissões, homenagens que satisfariam a vaidade de um humano mas característica inaceitável para Deus. Considero que isso não passa de prosopopeia. Isso quanto a Deus.
Já quanto à existência de Jesus, também não sei se ele realmente existiu como ser humano ou se foi apenas uma figura mitológica criada pela imaginação. Mesmo que tenha existido realmente, não acredito nos fatos narrados na Bíblia sobre a sua vida e os milagres que produziu. Não acredito em sua gestação por uma virgem, o fato de ser descendente de David e de ter nascido em Belém apenas porque as profecias assim previam que aconteceria a chegada do messias. Não acredito que tenha curado doentes, multiplicado pão, peixes e vinho, que tenha ressuscitado Lázaro, que tenha ele próprio ressuscitado e ascendido aos céus.
Mas admito que pode, sim, ter existido um homem chamado Jesus, filho de José e de Maria e que nada se sabe sobre sua juventude até que aos trinta anos passou a pregar uma nova filosofia muito mais avançada e melhor que aquela que era vigente no seu tempo dentro de sua comunidade. Nas proximidades existia uma comunidade chamada de "os essênios" e não explicarei aqui o que eram para não prolongar demais o comentário. Veja na Wikipedia sobre o termo "Essênios". Parece que essa comunidade judaica era bem diferente das demais e que até mesmo a mãe de Jesus e Maria Madalena teriam sido "Mestras da Justiça" desta seita. Pode muito bem ser que Jesus tenha sido criado em sua juventude nesta seita, absorvido seus ensinamentos e sua filosofia, a qual passou a pregar para as demais comunidades judaicas. Infelizmente, nada do que foi dito ou ensinado por Jesus ficou anotado por escrito e foi passando de boca em boca até começar a ser escrito em pergaminhos dezenas de anos depois de sua morte. Isso certamente alterou muito os fatos e os concílios de Niceia e de Constantinopla posteriores fizeram uma seleção das partes que lhes interessava e esconderam ou modificaram o que era prejudicial.
Mas realmente não interessa o que realmente aconteceu; se Jesus foi apenas um mito ou realmente uma pessoa real que pregou uma nova filosofia. Isso será sempre uma questão de fé. O que realmente me interessa é a imagem que ficou de um ser humano excepcional, muito sábio e de bons sentimentos, que procurou melhorar a parte da humanidade que conhecia e nos deixou excelentes ensinamentos. Eu admiro e reverencio essa imagem, mas não posso saber se é ou não verdadeira.
O que me interessa é seguir seus ensinamentos porque acredito que sejam corretos.
Um abraço,

      Alzir Fraga

3 comentários:

  1. Oi +Alzir Fraga Este texto é muito bonito, mas acho que há problema quanto autenticidade da autoria atribuído a Spinosa!!
    Tem um estudioso da obra de Spinosa contestando que este texto não é de Spinosa!!! Veja o video do link abaixo!!!
    http://youtu.be/OGRzQoAxaNI

    Um abraço

    Alberto

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Tem razão, Alberto. Eu já tinha visto no Google+ o comentário do autor do vídeo e confesso que concordo totalmente com ele. Não há nenhuma comprovação de que texto seja de Spinoza. Pelo menos não nas obras a que o vídeo se refere.

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